
Grupo Especial RJ 2023 – Segunda: em noite de grandes momentos, Vila Isabel, Viradouro e Imperatriz brigam pelo título
fevereiro 22, 2023A segunda-feira nos brindou com grandes momentos, fazendo com que sairia da segunda noite aquela que iria tentar superar a Mangueira da noite anterior.
A Paraíso do Tuiuti parece que já começou bem quando juntou a carnavalesca Rosa Magalhães com o João Victor Araújo. O resultado foi uma escola do mais extremo bom gosto. Era nítido o cuidado com que as coisas foram feitas, materias nobres e uma exaltação sincera ao folclore paraense. Quesitos musicais da mais alta qualidade – bateria e samba – em conjunto com a excelência do intérprete Vander Pires arrebatou a Sapucaí.
Destaque para a comissão de frente e para a presença do modelo carioca e Mister Guanabara CNB 2023, o belíssimo Ruan Mendes (foto), representando um indígena na 4ª alegoria, a da riqueza marajoara. Com um corpo escultural e linda performance, Ruan arrancou aplausos, gritos e declarações de amor pela Sapucaí.
Desfile quase perfeito, que a credencia com louvor a permanência na elite.
A comemoração dos 100 anos da Portela na Avenida fez com que muita gente ficasse ansiosa pelo que viria. Um mar de ilustres portelenses circulava pela concentração e armação da escola. Luiz Airão, Solange Couto, Tia Surica, Zeca Pagodinho, Monarco, Rixxa, entre outros, ali, aguardando o desfile, que teve um início impactante. A belíssima águia dourada fez muito portelense chorar.
Criticada por muitos internautas e até portelenses, as fantasias, no conjunto, proporcionaram um bom visual, com a predominância do azul. A escola cantou bastante o samba, mas problemas na pista, com evolução, apresentação do casal e alegorias, poderão custar o campeonato do centenário.
Do azul e branco de Madureira para o azul e branco da terra de Noel: A terceira escola da noite, a Unidos de Vila Isabel, veio pra mostrar que o título de melhor do carnaval 2023 é o que ela quer, a todo custo. Um desfile arrebatador!
O carnavalesco Paulo Barros provou que ele é muito capaz de fazer qualquer tipo de enredo, do mais tradicional ao mais contemporâneo. Pareceu que ele decidiu se reinventar. A qualidade das fantasias e alegorias foi de impressionar. Algo de deixar o público boquiaberto. Soluções inventivas e de extremo bom gosto. A exuberância da ala das baianas, representando a Lavagem do Bonfim, reafirmou a excelência na criação e confecção das fantasias.
A bateria comandada pelo mestre Macaco Branco com uma cadência perfeita e sustentando firme o desfile da escola. Macaco Branco definitivamente se afirma como um dos grandes do carnaval.
O casal de mestre-sala e porta-bandeira, formado por Marcinho Siqueira e Cris Caldas, levou as arquibancadas ao delírio com a troca de roupa em segundos.
A comunicação da escola com o público foi impecável. A escola saiu da Avenida aos gritos de “É campeã”. Definitivamente, a dona da festa. Parafraseando seu excelente intérprete Tinga, a Vila “soltou o bicho!”….
Coube à Imperatriz a missão de passar após o rolo compressor chamado Vila Isabel. Mas ela não se intimidou: feliz com o retorno do carnavalesco Leandro Vieira, mergulhando na literatura de cordel, tendo como personagem principal ninguém menos que Virgulino Ferreira, o Lampião. Expert em figurinos e criação de alegorias, Leandro apresentou um belo trabalho de pesquisa e uso de cores e materiais do mais alto bom gosto. A comissão de frente foi ovacionada pelo público, com muito humor e ótima apresentação.
O resgate que a presidente Cátia Drumond vem desenvolvendo na escola parece que já começou a dar resultado. A comunidade desfilou feliz e aguerrida. Imperatriz se auto afirma como uma das grandes e que merece respeito e pode sim, abocanhar o título com louvor.
A Beija-Flor de Nilópolis apresentou um desfile de forte apelo popular, uma convocação por Direitos iguais, pelos excluídos e silenciados. Fantasias de bom gosto, alegorias bem desenvolvidas, mas com algumas falhas em acabamento. Um incêndio no abre-alas, ainda na curva da Concentração para a Armação, foi controlado pelos Bombeiros rapidamente, mas abalou um pouco os componentes das alas próximas e deixou algumas partes da estrutura à mostra.
Destaque para a exuberância de Selminha Sorriso e Claudinho, tanto na questão de figurino como na presença. Vestidos de Caboclos, encantaram a Sapucaí. Outro momento emocionante foi a presença de Eloína, a primeira transexual rainha de bateria do carnaval, na Beija-Flor em 1978. Depois de anos, Eloína retornou à Passarela do Samba, fechando o desfile da escola, na última alegoria. (foto)
Como sempre, o componente nilopolitano mostrando que é apaixonado pela escola, cantando e evoluindo com bastante competência. Bateria do mais alto gabarito. Pediram para Nilópolis cantar, e Nilópolis cantou!
Quando tudo parecia estar mais ou menos alinhado de quem teria sido a melhor, eis que surge a Viradouro…
A opulência do seu conjunto visual foi algo de impressionar. O luxo e o bom gosto na confecção de fantasias e alegorias credencia o carnavalesco Tarcísio Zanon ao primeiro time de profissionais do carnaval. Uma overdose de bom gosto. A bateria comandada por mestre Ciça sustentou com força a Harmonia dos apaixonados componentes. A comissão de frente fez uma apresentação emocionante. A rainha Erika Januza (foto) distribuindo sorrisos, beijos e samba no pé.
O desfile tecnicamente perfeito da Viradouro é, efetivamente, a “pedra no sapato” dourado das concorrentes.
Matéria/fotos: Edson Siqueira
Em parceria com bastidoresdobatuk.com.br